Entre os dias 7 e 11 de maio de 2025, Mondim de Basto acolheu a segunda edição da Colmeia Literária – Feira do Livro, uma iniciativa da Câmara Municipal que superou expectativas e confirmou o município como um centro de vitalidade cultural no interior do país.
Mais do que uma simples feira do livro, a Colmeia Literária afirmou-se como um verdadeiro festival de ideias, de afetos e de cidadania, onde a literatura foi o pretexto para encontros transformadores entre autores, leitores, educadores, famílias, estudantes, criadores digitais e livreiros.
Ao longo de cinco dias, os jardins da Praça do Concelho tornaram-se o coração pulsante da cultura em Mondim de Basto. Por entre os stands das livrarias e editoras, as conversas literárias, os momentos musicais e os encontros informais, circularam centenas de visitantes, vindos não só de Mondim, mas também de concelhos vizinhos e de outros pontos do país.
O espaço revelou-se um ponto de encontro intergeracional, onde as crianças puderam descobrir os seus primeiros livros, os jovens dialogaram com influenciadores literários, e os leitores mais experientes reencontraram autores de referência.
A presença de figuras de grande projeção nacional como Fátima Lopes, Margarida Rebelo Pinto, Rodrigo Guedes de Carvalho, Francisco Moita Flores e Alberto Santos conferiu prestígio e notoriedade ao evento. As sessões com estes autores não só esgotaram os lugares disponíveis, como geraram momentos intensos de emoção e reflexão, num ambiente próximo e acessível que contrasta com o distanciamento habitual dos grandes centros urbanos.
A programação apostou igualmente na valorização da identidade local, com destaque para a Caminhada Literária do Barrio à Costeira, orientada por Luís Jales de Oliveira, que ofereceu aos participantes uma experiência imersiva de literatura e paisagem, num percurso que resgatou memórias e deu voz à história viva do território.
Num sinal claro de abertura às novas formas de mediação literária, o II Encontro Literário com Bookstagrammers juntou criadores de conteúdo digital especializados em livros, que partilharam com o público as suas experiências, rotinas de leitura, recomendações e o papel crescente das redes sociais na promoção da literatura. Esta aposta captou de forma expressiva o interesse de um público jovem e revelou o potencial da Colmeia Literária como espaço de inovação e renovação cultural.
A feira contou ainda com uma programação que incluiu sessões de leitura para crianças, atividades escolares, oficinas criativas, espetáculos musicais e momentos de convívio que envolveram toda a comunidade educativa, desde os jardins de infância até ao ensino secundário. A adesão das escolas e dos professores foi notável, reforçando a Colmeia como um instrumento pedagógico essencial na promoção do gosto pela leitura e da literacia.
Para além do impacto direto no público, o evento teve uma forte repercussão na economia local, com o aumento da procura nos setores da restauração, alojamento e comércio local. A Colmeia Literária demonstrou que a cultura também é desenvolvimento, fixação de pessoas e projeção de território.
Na cerimónia de encerramento, o Presidente da Câmara Municipal de Mondim de Basto, Bruno Ferreira, sublinhou a importância estratégica do evento: “A Colmeia Literária é uma afirmação de quem somos. Um concelho que acredita na cultura como motor de desenvolvimento e na leitura como ferramenta de inclusão, liberdade e pensamento. Este projeto é coletivo e continuará a crescer com a participação de todos.”
O balanço da edição de 2025 é, por isso, extraordinariamente positivo: uma programação rica, uma adesão expressiva, um território mobilizado e uma comunidade que reconhece na literatura uma força de coesão e de imaginação coletiva. Em cada sessão, em cada conversa, em cada livro descoberto ou autografado, renasceu a certeza de que ler é um ato transformador e profundamente político.
Já se trabalha, com entusiasmo e ambição renovada, na preparação da terceira edição da Colmeia Literária, prevista para 2026. O objetivo será o de aprofundar esta marca identitária de Mondim de Basto enquanto território literário, alargando parcerias, internacionalizando vozes e garantindo, uma vez mais, que os livros e a cultura continuem a ser uma casa aberta a todos.